sábado, 8 de maio de 2021
HOMILIA DO 6° DOMINGO DA PÁSCOA
HOMILIA DO 5° DOMINGO DA PÁSCOA
PERMANECER UNIDO A JESUS – 5º. Domingo da páscoa Ano B
A liturgia do 5º Domingo da Páscoa convida-nos a refletir sobre a nossa união a Cristo; e diz-nos que só unidos a Cristo temos acesso à vida verdadeira.
A primeira leitura diz-nos que o cristão é membro de um corpo – o Corpo de Cristo. Ninguém vive a fé isolado, é sempre na Igreja, comunidade de salvação que nos sentimos acolhidos e permanecemos unidos a Jesus quando somos irmãos e irmãs uns dos outros, e entre nós tem espaça para a fraternidade, a convivência harmoniosa, a alegria.
A segunda leitura define o ser cristão como “acreditar em Jesus” e “amar-nos uns aos outros como Ele nos amou”. São esses os “frutos” que Deus espera de todos aqueles que estão unidos a Cristo, a “verdadeira videira”. Se praticarmos as obras do amor, temos a certeza de que estamos unidos a Cristo e que a vida de Cristo circula em nós.
O Evangelho apresenta Jesus como “a verdadeira videira” que dá os frutos bons que Deus espera. Esta imagem da videira é muito conhecida pela religião dos judeus, pois, os profetas antigos comparavam Israel com uma videira. Por isso o termo “videira verdadeira”. Convida os discípulos a permanecerem unidos a Cristo, pois é d’Ele que eles recebem a vida plena. Mais na frente Jesus Cristo se define como videira e seus discípulos são os ramos. Nessa segunda afirmação não mais faz referência ao antigo Israel, mas ele mesmo se diz tronco da vida, videira. Entre o tronco e os seus ramos existem uma interdependência, algo muito íntimo. Eu sou a videira e vocês são os sarmentos, ou seja, os enxertos, que não faziam parte e agora fazem. “Vós fostes enxertados em Cristo”, diz Paulo.
De que modo permanecemos unidos a Jesus? Pela graça do batismo que nos enxertou nele e também vivendo a vida nova do Cristão pelos mandamentos. O texto do evangelho identifica dois tipos de discípulos. O primeiro é que aquele que não permanece unido a Jesus e não produz fruto, e a este o Pai (agricultor) corta, joga fora. O segundo é aquele que permanece unido a Jesus, e a este o Pai poda para dá muitos mais frutos. Tantos para um como para o outro vale a frase de Jesus: “sem mim não podem fazer nada”.
Para permanecermos unidos a Jesus é preciso uma mudança de mentalidade e de estrutura. Como não se vive a fé isolado, mas numa comunidade, Igreja, é necessário entender que a Igreja não é uma ilha de perfeitos, mas uma comunidade missionária e seguidora de Jesus.
Pe. Raimundo José
domingo, 28 de março de 2021
HOMILIA DO DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO
Domingo de ramos e da paixão do Senhor: lembra o projeto de Jesus.
Para muitos a Semana Santa se iguala a um "retiro". Param e querem pensar. Neste período muitos fortalecem a fé, o amor e a esperança. Pensa-se em Deus. Para outros é a oportunidade de responder: Qual o sentido da vida? Como explicar tanto sofrimento? Onde buscar esperanças?
No período da Semana Santa, refletindo sobre a Paixão de Cristo, fazemos nascer, cada dia, em nossos corações a luz e uma nova esperança que na grande vigília pascal brilhará para todo o mundo.
Tempo de Retiro. A Semana Santa é tempo privilegiado para a comunidade e os cristãos, no silêncio e na oração, fazerem o encontro com o Senhor, conviverem mais intensamente com Ele, avaliarem as suas práticas em busca da vida plena.
Tempo de renovação. Nos dias da Semana Santa a graça e a bênção de Deus são mais palpáveis e mais intensamente sentidas na comunidade. A força pascal do Cristo invade o tempo, atinge o coração, ilumina as mentes, questiona as contradições humanas e provoca o novo.
Tempo de cultivar o novo. Durante oito dias, celebrando o mistério da morte e ressurreição do Senhor, aprendemos em que consiste a liturgia do Filho de Deus que disse: “o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir...” (Mt 20,28) e que afirmou: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos”. (Jo 15,13). Esse jeito de Jesus entender a vida como serviço, nós lembramos e celebramos na liturgia.
Três símbolos estão presentes na liturgia: os ramos, a procissão com ramos e a proclamação do Evangelho da Paixão.
Na liturgia deste domingo, revivemos a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém para celebrar a sua Páscoa. Unidos aos seus sentimentos, mergulhamos no seu projeto de obediência ao Pai e de serviço à humanidade. (Mc 11, 1- 10).
Aclamamos Jesus como Messias, o esperado das nações. Cremos que Ele vem realizar as promessas antigas e instaurar o Reino: Justiça para os pobres, participação na construção da sociedade solidária, convivência fraterna, paz entre os povos; diálogo entre as religiões e culturas e vida em abundância para todos.
A liturgia dos ramos não é uma repetição apenas da cena evangélica, mas sacramento da nossa fé na vitória do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades.
No Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, a Igreja entra no mistério do seu Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado, o qual, ao entrar em Jerusalém, preanunciou a sua majestade.
domingo, 21 de março de 2021
HOMILIA DO 5° DOMINGO DA QUARESMA
HOMILIA DO V DOMINGO DA QUARESMA
A primeira leitura do 5º Domingo da Quaresma dá-nos conta da eterna preocupação de Deus com a realização plena do homem. Nessa linha, Deus propõe-se intervir no sentido de mudar o coração do homem, tornando-o apto para fazer as escolhas mais corretas. Só com um coração transformado, o homem será capaz de acolher as propostas de Deus e de conduzir a sua vida de acordo com esses valores que lhe asseguram a harmonia, a paz, a verdadeira felicidade. Ao homem pede-se, naturalmente, que acolha o dom de Deus, que se deixe transformar por Ele, que aceite o desafio de Deus para integrar a comunidade da nova Aliança. Integrar a comunidade da nova Aliança implica, no entanto, renunciar a caminhos de fechamento, de autossuficiência, de recusa, de indiferença face aos desafios e às propostas de Deus. Estamos dispostos, neste tempo de Quaresma, a acolher o dom de Deus e a deixar-nos transformar por Ele?
O projeto de uma nova Aliança entre Deus e o seu Povo concretiza-se em Jesus: Ele veio ao mundo para renovar os corações dos homens, oferecendo-lhes a vida de Deus. As outras duas leituras que nos são propostas neste 5º Domingo da Quaresma vão dizer-nos como é que Jesus concretizou este projeto.
Como é que chegamos a essa realidade do Homem Novo, de coração transformado? O Evangelho responde: é olhando para Jesus, aprendendo com Ele, seguindo-O no caminho do amor, acolhendo essa vida que Ele nos propõe. Jesus tem de ser o modelo, a referência, o exemplo de quem quer aceitar o desafio de Deus e viver na comunidade da nova Aliança. Na verdade, o que é que Jesus representa, para nós? Um pensador original, mas cujas ideias e perspectivas parecem desfasadas face às novas realidades do mundo? Ou é o Deus que veio ao encontro dos homens com um projeto de vida nova, capaz de dar um novo sentido à nossa vida e de nos encaminhar para a vida plena, para a felicidade sem fim?
O caminho que Jesus aponta aos homens é o caminho do amor radical, do dom da vida, da entrega total a Deus e aos irmãos. Este caminho pode parecer, por vezes, um caminho de fracasso, de cruz; pode ser um caminho que nos coloca à margem desses valores que o mundo admira e consagra; pode parecer um caminho de perdedores e de fracos, reservado a quem não tem a coragem de se impor, de vencer a todo o custo, de conquistar o mundo... No entanto, Jesus garante-nos: a vida plena e definitiva nasce do dom de si mesmo, do serviço simples e humilde prestado aos irmãos, da disponibilidade para nos esquecermos de nós próprios e para irmos ao encontro das necessidades dos outros, da capacidade para nos solidarizarmos com os irmãos que sofrem, da coragem com que enfrentamos tudo aquilo que gera sofrimento e morte. Estamos dispostos a seguir a proposta de Jesus?
Jesus rejeita absolutamente o caminho da autossuficiência, do fechamento em si próprio, do egoísmo estéril, dos valores efémeros. Na lógica de Deus, trata-se de um caminho de perdedores, que produz vidas vazias e sem sentido, sofrimento e frustração, medo e desilusão. Quem vive exclusivamente para si próprio, quem se preocupa apenas em defender os seus interesses e perspectivas, quem se apega excessivamente a uma realização pessoal cumprida em circuitos fechados, "compra" uma existência infecunda e que não vale a pena ser vivida. Perde a oportunidade de chegar ao Homem Novo, à realização plena, à vida verdadeira. Não passa do grão de trigo que morre para nascer.
É através da comunidade dos discípulos que os homens "veem Jesus", descobrem o seu projeto, encontram esse caminho de amor e de doação que conduz à vida nova do Homem Novo, à salvação.
Pe. Raimundo JoséHOMILIA DO 4° DOMINGO DA QUARESMA
sábado, 6 de março de 2021
HOMILIA DO 3° DOMINGO DA QUARESMA
3º. Domingo da Quaresma - Cristo, o novo templo
Irmãos e irmãs, em nossa caminhada rumo a páscoa, chegamos a um grande oásis que refresca a secura da vida. Este oásis é o Domingo, dia de escutar a Palavra de Deus, receber a eucaristia, reunir a comunidade. O esquema litúrgico da quaresma é mistagogicamente oportuno para irmos com Jesus ao cume de sua vida: paixão, morte e ressureição. Aos poucos esta caminhada vai se tornando mais leve pois estamos nos aproximando das grandes festas da vida nova, a páscoa. Iniciamos longe, lá no deserto (primeiro domingo) na força do Espírito Santo vencendo o demônio. Na montanha (segundo domingo) experimentamos a antecipação da gloriosa ressurreição que anima nossos corações. Hoje o sinal litúrgico-interpretativo da mensagem que a Palavra de Deus nos oferece é o templo. Cristo é o novo lugar de encontrar Deus, novo templo; profeta renovador do culto; nova lei;
Na primeira leitura ouvimos as palavras sagradas da lei antiga, de Moisés, onde o autor sagrado vai colocando o positivo da lei e as consequências de sua não observância. Esta lei Deus deu ao seu povo para que garantisse o mínimo ético comum a comunidade dos judeus e a religião. Assim, a lei de Moisés, possui uma função religiosa, mas acima de tudo social, garantindo os direitos mínimos como a propriedade, o respeito à vida, à justiça. Destes preceitos um dos mais exigentes era a frequência ao culto no templo do Senhor. A observância dizia quem podia ou não podia entrar: os impuros, os pecadores públicos, a mulheres estéreis, os leprosos. Lei antiga combinava templo antigo, culto conservador. Este cenário da situação do templo era acompanhado de uma concepção teológica muito enraizava na religião judaica: Deus não estar em qualquer lugar, Ele habita no templo. Assim, todos os piedosos deveriam ir ao templo para prestar culto e oferecer sacríficos. Foi se gerando em torno do templo um comércio liderado por ricos de Jerusalém e apoiado pelos sacerdotes da religião do templo.
Cristo vai a Jerusalém para a festa da festa da páscoa e lá encontra o comercio no templo. A partir dessa cena decorre uma série de fatos que depois passam a serem vistos com uma nova interpretação na vida cristã e colocando a centralidade na pessoa de Jesus. São estas atitudes de Cristo: expulsa os vendilhões do templo, manda destruir o templo antigo, se proclama novo templo e novo culto. Cristo é o lugar de encontrar Deus, ou seja, Ele no mistério de sua morte e glorificação se tornou o único meio de aproximar os homens de Deus. Entre estes e o próprio Deus não existe mais nenhuma barreira, pois foi destruída pela sua vitória. Ele se proclamando novo templo e novo culto se faz também nova lei e não anula a lei antiga, mas a plenifica. A partir disso tem sentido o que Paulo disse na Carta aos Coríntios (segunda leitura): Cristo crucificado é sinal de salvação para todos.
Irmãs e irmãs, agradeçamos a Deus Pai que nos deu seu Filho como caminho seguro para chegarmos a Ele. Cristo é Novo templo e Nova Lei que nos deu a vida por meio de sua vida. Deus abençoe a todos na caminhada rumo a páscoa.
Pe. Raimundo Josésábado, 20 de fevereiro de 2021
HOMILIA DO 1° DOMINGO DA QUARESMA
sábado, 13 de fevereiro de 2021
HOMILIA DO 6º DOMINGO DO TEMPO COMUM
HOMILIA DO 6º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Caríssimos
irmãos e irmãs, reunidos na celebração de nossa páscoa semanal. Estamos
vivenciando o sexto domingo do tempo comum. O Espírito Santo que inspirou as
escrituras nos oferece também sua assistência divina para acolhermos a Palavra
que foi proclamada e abre o nosso coração para acolhermos a mensagem que o
próprio Deus desejou transmitir. A mensagem central da liturgia da Palavra hoje
é a afirmação de Jesus Cristo, “eu quero, fica curado”. Deus quer curar-nos de
nossas enfermidades, do pecado e nos inserir na comunidade, na convivência
harmoniosa.
Na
primeira leitura fica muito claro pela lei do Levítico que o leproso é alguém
impuro. A lepra causava dois tipos de mal, a exclusão da comunidade religiosa e
da convivência social. Assim, o leproso era considerado alguém de nível menor,
impuro, pecador. Enquanto na leitura o assunto da impureza diz respeito á
lepra, no salmo a compreensão de que Deus nos liberta de nossos pecados se a
Ele nós confessarmos nossas fraquezas.
No
início do ministério público de Jesus os seus atos messiânicos manifestam o
Reino de Deus que chegou, e para o evangelista Marcos isso é bem enfático pela
quantidade de milagres e libertações que Jesus realiza. Sempre encontramos o
milagre que ele faz e sua insistente recomendação de que o beneficiado não
conte a ninguém o que aconteceu. O segredo messiânico de Jesus era para ir de
encontro a uma mentalidade muito difundida na palestina sobre um messias
triunfalista e político. Jesus liberta as pessoas do mal, mas pede segredo para
que sua missão não fosse logo de início confundida com a mentalidade presente.
Na cura do homem leproso vemos bem claramente o que significa a lei da impureza
que era ordenada pela religião dos judeus e até o tipo de sacrifício que
deveria se oferecer se alguém ficasse curado de lepra. Muito parecido com o que
foi dito na primeira leitura.
Jesus
permite que o homem leproso “chegue perto” dele. Isso não podia acontecer,
pois, quem tocasse em um impuro também ficava impuro. Cheio de compaixão Jesus estendeu a mão e
tocou nele. O terceiro ato de Jesus é um desejo que liberta pelo poder de sua
palavra, “Eu quero: fica curado”! Observemos, irmãos e irmãs, estes gestos de
Jesus: proximidade, toque, desejo. O que a Palavra sugere? O que nos diz os
gestos de Jesus? Para o tempo de pandemia que estamos tristemente vivendo esta
palavra nos diz muito.
Como
imitadores de Cristo, como dizia São Paulo na leitura segunda, sejamos também
sujeitos que se fazem próximos dos outros. Que o Senhor nos fortaleça para
termos a mesma coragem de querer e libertar as pessoas do isolamento e do
pecado.
Em
Cristo,
Pe.
Raimundo José
sábado, 6 de fevereiro de 2021
HOMILIA DO 5° DOMINGO DO TEMPO COMUM
sábado, 30 de janeiro de 2021
HOMILIA DO 4º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B/ 2021
JESUS ENSINA E LIBERTA - 4º Domingo do Tempo Comum
31
de Janeiro de 2021
Amados irmãos e irmãs, estamos
hoje reunidos para celebrar o dia do Senhor e neste quarto domingo do tempo
comum, o Senhor nos convida a aderir ao projeto de libertação que Ele
nos trouxe através de seu filho Jesus Cristo. Nos domingos anteriores
ouvimos o convite da Palavra para sermos seguidores de Jesus Cristo e
acolhermos o Reino que Ele trouxe para todos nós. Neste domingo,
o quarto do tempo comum, temos a alegria de fazer parte do novo
projeto de libertação que Deus Pai revelou através de seu filho Jesus Cristo e
estamos felizes porque O Senhor nos convidou para estarmos aqui para ouvir a
sua Palavra e participar do banquete da eucaristia.
Jesus Cristo inaugurou o seu
messianismo libertando os homens das amarras do demônio como que testificando a
sua Palavra. Em Jesus Cristo não apenas a Palavra é causa de espanto,
mas os seus atos, que revelam a sua divindade. Assim, temos duas
dimensões nesta liturgia: a Palavra de Jesus Cristo que causa
espanto em seus interlocutores e a ação libertadora de
Jesus Cristo, que liberta o homem possuído por um espírito impuro.
Na primeira leitura de hoje,
escutamos a promessa de Deus na qual será enviado depois de Moisés um profeta
semelhante à ele, que iria transmitir ao povo a Palavra. Para os judeus o maior profeta
que já existiu foi o próprio Moisés, pois ele deu a lei, assim, é um convite
insistente para o povo da antiga aliança de acolher a Palavra de Moisés e a promessa
de Deus de que irá enviar um profeta semelhante. No Salmo que cantamos também
refletimos esta mensagem da acolhida da Palavra de Deus.
Partindo do Evangelho para as
outras leituras desta liturgia da Palavra, compreendemos que no início do
Ministério público de Jesus, segundo o evangelista São Marcos, Ele inaugura o Reino
e seus atos de Messias testificam a sua Palavra que tem poder e
autoridade. Diante de seus primeiros discípulos na sinagoga de Cafarnaum, faz
dois atos que formam o coração desta liturgia: o
primeiro é que ele fala diferentemente dos doutores da lei e o segundo é que o
milagre operado na vida do homem possuído pelo demônio confirma a sua
Palavra poderosa. Essas duas ações do Cristo são respondidas com
atitudes diferentes, por exemplo, as pessoas dizem “um ensinamento novo” [...]
“que Palavra é esta? Um ensinamento novo dado com autoridade”. E da parte do
demônio uma resistência: “Vieste para nos destruir”? Eu sei quem Tu
és, Tu és o Santo de Deus”. Como é próprio do Evangelista Marcos guardar o
segredo de que Jesus é o Messias, no início de seu ministério público, Cristo
não permite que nem os discípulos, nem nenhum demônio, digam a sua
identidade messiânica.
A grande novidade que Jesus
Cristo trouxe foi não apenas ler as escrituras, mas ele
mesmo ser a novidade revelada a nós como Palavra definitiva de
Deus. Os atos messiânicos de Jesus, neste caso a libertação de um possuído
por um demônio, são a confirmação de que o messias veio para libertar os
homens do mal. Esta acolhida da novidade que Jesus Cristo trouxe,
funciona como um paradigma da pertença ao Reino e a este Reino deve ser
submetido todos os valores terrenos, até mesmo os melhores como o matrimônio, lembrou
o Apóstolo Paulo na segunda leitura de hoje.
Irmãos e irmãs, levemos em nossos
corações desta liturgia duas considerações: reconhecer Jesus Cristo como profeta
enviado do Pai e se fascinar por sua Palavra; Permitir que Jesus Cristo
nos liberte do espírito do egoísmo e da autossuficiência.
Pe. Raimundo José
Pároco/ Paróquia São João XXIII
quarta-feira, 23 de setembro de 2020
segunda-feira, 11 de maio de 2020
HOMILIA DO 5° DOMINGO DA PÁSCOA
Seguir Jesus na comunidade Cristã - 10 de Maio de 2020
Caros irmãos e irmãs aqui presentes e você que nos acompanha pelas redes sociais, estamos celebrando hoje o quinto domingo da páscoa, o domingo do caminho. Jesus Cristo é o caminho que leva ao Pai e nosso seguimento a Ele se dá por meio da comunidade cristã. Nesta santa liturgia temos esta profunda relação entre os textos bíblicos proclamados na liturgia da palavra. Na primeira e segunda leitura dando ênfase ao tema da Igreja e no evangelho segundo São João (14, 1-12) o tema do caminho.
Nos Atos dos Apóstolos continuamos a escutar as características da comunidade cristã de Jerusalém. A comunidade é formada por homens e mulheres diferentes, os cristãos de origem grega e os cristãos de origem judaica. A comunidade cristã não é perfeita, é uma realidade onde se busca conviver. Outra característica é a função da autoridade. Recorrem aos apóstolos e estes decidem a situação por meio de um poder repartido, pedindo que eles mesmos escolham sete homens de boa fama para o serviço da caridade. A comunidade é o lugar da Palavra. Por três vezes faz referencia a ministério da Palavra durante a leitura e é esta palavra que faz crescer a comunidade.
Na segunda leitura tirada da carta do apóstolo Pedro o tema em ênfase é a pedra angular, Jesus Cristo, que foi dada aos homens como pedra de salvação e que estes agora formam uma “raça eleita”, um novo povo. A Igreja é essa realidade nova que nasceu da fé em Jesus Cristo.
O tema da Igreja, comunidade de convocados, se liga perfeitamente ao evangelho que hoje ouvimos. Podemos subdividir o texto sagrado em quatro partes: a despedida de Jesus; Jesus como caminho ao Pai; a união entre o Pai e Jesus; os frutos da fé em Jesus.
Jesus começa consolando o coração dos discípulos e que estes não fiquem com o coração angustiado, pois, todos tem um lugar na casa do Pai. A ausência de Cristo não pode paralisar os discípulos, antes eles precisam ter fé em Jesus como já têm fé em Deus. A segunda parte do texto vem quando Tomé pergunta a Jesus para onde ele vai, e o Senhor responde não dizendo para onde vai, mas afirmando que ele é o caminho, a verdade e a vida. Caminho que leva ao Pai, verdade que liberta e a própria vida. O terceiro aspecto do evangelho é a intima união da vontade do Pai e do Filho, ao que Jesus responde para Filipe, “quem me viu, viu o Pai”. “Eu estou no Pai”. O versículo 12 apela que os que creem em Cristo podem fazer as obras que ele fez e obras ainda maiores. A fé em Jesus Cristo mesmo aparentemente ausente garante aos discípulos esta certeza.
Peçamos a Deus a graça de viver na comunidade cristã seguindo o caminho que leva ao Pai, Jesus Cristo, e nossa fé nele seja capaz de nos levar a praticarmos a principal obra realizada por ele que foi salvar vidas.HOMILIA DO 4° DOMINGO DA PÁSCOA
CRISTO, BOM PASTOR, DÁ A VIDA POR TODOS0 - 03 de Maio de 2020
Irmãos e irmãs o primeiro quadro do evangelho de João sobre Jesus é a definição do Cristo como Porta do rebanho. O segundo quadro ou imagem típica do Cristo é a definição de Cristo como o Bom Pastor. “Eu sou o Bom Pastor”. Ele se apresenta como “O Pastor”, o bom. Com isso quer dizer que Nele se encontra as condições eminentes de um pastor; é um pastor espiritual digno deste nome. E vai usar este “tema” para expressar os aspectos de sua obra de bom pastor.
O primeiro aspecto é que o Bom Pastor “dá a sua vida por suas ovelhas”. Se expressa aqui a solicitude do Bom Pastor, Cristo, apontado com elementos alegóricos, talvez inspirado em Davi, tipo de messias, que era pastor: que perseguia o leão que lhe havia roubado uma ovelha (1Sm 17, 34-36). Mas, frente ao bom pastor está o pastor assalariado, que não pode ter, naturalmente, esta estima pelo rebanho. E assim, ao ver o lobo, abandona o rebanho, pondo-se a salvo, e o lobo as arrebata e dispersa. Alguns padres como Agostinho, João Crisóstomo e vários autores pensaram que o pastor assalariado significava os fariseus e o lobo, que “arrebata e dispersa as ovelhas significava o diabo. Frente a esses maus pastores, que fogem ante os perigos de seu rebanho, Cristo é para o rebanho o bom pastor, que de tal maneira vigia e apascenta, que chega a “dar sua vida em proveito de suas ovelhas”. O que aqui se diz, sapiencialmente, como condição de todo bom pastor, é um ensinamento e uma profecia de sua morte redentora.
O segundo aspecto de sua obra de bom pastor em o conhecimento que Ele tem de suas ovelhas, o mesmo que elas tem dele. E isso num duplo aspecto: as ovelhas de Israel e os gentios. “Eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas e elas conhecem a mim, como o Pai me conhece e eu conheço o Pai”. Entre Cristo e as ovelhas existe um conhecimento recíproco. Mas o conhecimento universal e sobrenatural de Cristo pelas ovelhas de seu rebanho está muito íntimo. Não é por um sinal externo, mas por algo mais íntimo, mais profundo e autêntico, baseado na semelhança de como o Pai e o Filho se conhecem, que não é somente um conhecimento intelectual, mas um conhecimento por sua vez intelectual e amoroso. As ovelhas amam o Cristo como Filho de Deus encarnado. No fundo de todo esse conhecimento amoroso existe uma predestinação, que ressalta imediatamente é a ternura com que Cristo conhece e ama. E são as ovelhas que conhecem sua voz e Ele vai adiante delas em sua vida e lhe chama por seu nome. Estas ovelhas são seus discípulos que sabem que Ele é o filho de Deus e assim lhe amam. E amando-o como tal lhe seguem: são seus discípulos.
O terceiro aspecto da obra do Cristo Bom Pastor é que tem que estender a sua solicitude a universalidade do rebanho. Por isso proclama com ânsia de verdadeiro bom pastor: “tenho outras ovelhas que não são desse redil, e a estas é preciso que as conduza e que escutem minha voz; e será um rebanho e um pastor”. A obra redentora do Filho chega a todos, ou seja, os pagãos.
Na primeira leitura o apóstolo Pedro, pastor da Igreja primitiva, apresenta o esquema para pertencer a este novo rebanho dos salvos por Cristo. São necessários três passos: converte-se; ser batizado; receber o Espírito. Na segunda leitura o mesmo apóstolo diz que “andáveis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes ao pastor e guarda de vossas vidas”.
Hoje celebrando o 57º. Dia mundial de oração pelas vocações, o domingo do Bom Pastor, peçamos ao Senhor ressuscitado que sustente na fidelidade os pastores da Igreja e que Ele chame muitos jovens para as vocações específicas, especialmente, para o sacerdócio ministerial.