3º. Domingo da Quaresma - Cristo, o novo templo
Irmãos e irmãs, em nossa caminhada rumo a páscoa, chegamos a um grande oásis que refresca a secura da vida. Este oásis é o Domingo, dia de escutar a Palavra de Deus, receber a eucaristia, reunir a comunidade. O esquema litúrgico da quaresma é mistagogicamente oportuno para irmos com Jesus ao cume de sua vida: paixão, morte e ressureição. Aos poucos esta caminhada vai se tornando mais leve pois estamos nos aproximando das grandes festas da vida nova, a páscoa. Iniciamos longe, lá no deserto (primeiro domingo) na força do Espírito Santo vencendo o demônio. Na montanha (segundo domingo) experimentamos a antecipação da gloriosa ressurreição que anima nossos corações. Hoje o sinal litúrgico-interpretativo da mensagem que a Palavra de Deus nos oferece é o templo. Cristo é o novo lugar de encontrar Deus, novo templo; profeta renovador do culto; nova lei;
Na primeira leitura ouvimos as palavras sagradas da lei antiga, de Moisés, onde o autor sagrado vai colocando o positivo da lei e as consequências de sua não observância. Esta lei Deus deu ao seu povo para que garantisse o mínimo ético comum a comunidade dos judeus e a religião. Assim, a lei de Moisés, possui uma função religiosa, mas acima de tudo social, garantindo os direitos mínimos como a propriedade, o respeito à vida, à justiça. Destes preceitos um dos mais exigentes era a frequência ao culto no templo do Senhor. A observância dizia quem podia ou não podia entrar: os impuros, os pecadores públicos, a mulheres estéreis, os leprosos. Lei antiga combinava templo antigo, culto conservador. Este cenário da situação do templo era acompanhado de uma concepção teológica muito enraizava na religião judaica: Deus não estar em qualquer lugar, Ele habita no templo. Assim, todos os piedosos deveriam ir ao templo para prestar culto e oferecer sacríficos. Foi se gerando em torno do templo um comércio liderado por ricos de Jerusalém e apoiado pelos sacerdotes da religião do templo.
Cristo vai a Jerusalém para a festa da festa da páscoa e lá encontra o comercio no templo. A partir dessa cena decorre uma série de fatos que depois passam a serem vistos com uma nova interpretação na vida cristã e colocando a centralidade na pessoa de Jesus. São estas atitudes de Cristo: expulsa os vendilhões do templo, manda destruir o templo antigo, se proclama novo templo e novo culto. Cristo é o lugar de encontrar Deus, ou seja, Ele no mistério de sua morte e glorificação se tornou o único meio de aproximar os homens de Deus. Entre estes e o próprio Deus não existe mais nenhuma barreira, pois foi destruída pela sua vitória. Ele se proclamando novo templo e novo culto se faz também nova lei e não anula a lei antiga, mas a plenifica. A partir disso tem sentido o que Paulo disse na Carta aos Coríntios (segunda leitura): Cristo crucificado é sinal de salvação para todos.
Irmãs e irmãs, agradeçamos a Deus Pai que nos deu seu Filho como caminho seguro para chegarmos a Ele. Cristo é Novo templo e Nova Lei que nos deu a vida por meio de sua vida. Deus abençoe a todos na caminhada rumo a páscoa.
Pe. Raimundo José
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