Sexto Domingo da Páscoa – Domingo do Amor.
NÃO HÁ MAIOR AMOR QUE DÁ A VIDA PELOS AMIGOS
A mensagem da Palavra de Deus neste sexto domingo da Páscoa é o amor mútuo, que já foi dito e explicitado desde o capítulo 13 do Evangelho de São João (versículos 34.35). Aqui no capítulo 15 retoma a temática, nos versículos 09 a 17. O amor mútuo que há de ter os discípulos não é uma filantropia, mas está baseado no exemplo de Jesus Cristo: que se amem como eu vos tenho amado. Precisamente por este modo é que antes chamou também a este preceito de “mandamento novo”.
Como exemplo que clarifica este seu amor, põe uma prova humana: dar a vida pelos amigos. Não é que Cristo restrinja a universalidade de sua morte somente a alguns, mas utiliza a comparação usual, humana. Lembremos da primeira leitura que a graça do Espírito Santo também foi dada aos pagãos, ou seja, a salvação chega para todos em Jesus Cristo. Ao falar de “amigos”, no encadeamento semita, leva a chamar seus apóstolos de amigos. Os servos não sabem o que fazem seus senhores. No Antigo Testamento, tinha um aspecto de servidão. Os amigos conhecem suas intimidades. E ele lhe revelou o grande segredo e mensagem do Pai: O evangelho, as intimidades de Deus. Mas a verdadeira amizade exige obras. Assim Ele diz: “sois meus amigos se fazeis o que vos mando” (v. 14).
Como amigos de Cristo são também prediletos. E isto evoca a eleição que faz deles para o apostolado. A finalidade desta eleição é para que “ides”. O sentido é: a seus assuntos, a seus negócios, seguir seu caminho; é a missão do apóstolo; não se pode por término geográfico a sua missão: “deis muitos frutos” de apostolado, como pede o contexto. É a vocação da santidade antes já dita.
“E vosso fruto permaneça”, quer dizer, o fruto de seu apostolado que seja uma eficácia permanente onde jogarem a semente. E outra vez a oração como meio eficaz do apostolado. O apóstolo tem na oração um recurso de êxito, mas tem também a obrigação de usá-la como meio normal do fruto de seu apostolado. A seção termina com uma exposição chocante: “O que vos mando: que vos ameis uns aos outros”. Aqui a expressão é mais forte ainda quando a Palavra de Deus emprega o verbo “agapaó” (amar), ou seja, o amor capaz de dá a vida, como dizia na segunda leitura: “não amemos só de palavras”.
Pe. Raimundo José
Pároco de São João XXIII
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