domingo, 29 de março de 2020

HOMILIA DO QUARTO DOMINGO DA QUARESMA

JESUS CRISTO LUZ DO MUNDO 
Estamos celebrando hoje o quarto domingo da Quaresma, o domingo da alegria (Laetare). Como celebrar um dia de alegria quando estamos arrodeados de sofrimentos, medos, decepções, morte, isolamento social? Justamente aqui está o sentido da alegria que vem de Deus, não é uma euforia passageira, mas um encontrar-se com Jesus Cristo que é a luz que ilumina nossas cegueiras. A liturgia de hoje é outra catequese batismal tirada do evangelho de São João capítulo nove. A realidade da cegueira - os cegos eram impossibilitados de ler as escrituras, por isso eram considerados amaldiçoados ou que pagavam pecados passados, e diz o texto do evangelho que o cego era também mendigo. Cego, mendigo, pecador, afastado da religião, impuro. Este quadro nos ajuda a entrar na cena do evangelho. 
O fazer lama com saliva - o gesto que Jesus opera nos olhos do cego e faz este enxergar é muito parecido com a narrativa da criação do livro do Gênesis que Deus criador é comparado com um artesão que trabalha com barro. Cristo realiza a nova criação neste gesto de fazer lama com sua saliva e tirar o homem cego das trevas da escuridão. Este gesto tem um profundo ensinamento: Jesus Cristo, luz do mundo, nos tira da escuridão. 
Devolver o cego para a comunidade- aquele que antes era esquecido pela religião dos judeus agora é causa de contenta entre os lideres religiosos. Eles não estão interessados no cego, mas sim em Jesus Cristo que desobedeceu a lei do sábado. O cego não sabe dizer detalhes de como foi o milagre, mas uma coisa ele repete: fui lavar-me e agora vejo. 
 Conhecer o Filho do Homem - o primeiro benefício feito ao cego foi uma cura física, depois Cristo o encontra de novo e lhe oferece a visão espiritual suscitando nele a fé no Filho do Homem. “Quem é Senhor para que eu creia?” Como no texto da Samaritana (Jo 4) o ponto culminante foi a revelação de Jesus, no texto do cego também (Jo 9) isto acontece. “Tu O estás vendo”! Os que permanecem cegos - o cego de nascença se torna modelo de discípulo e os que “enxergavam” continuaram cegos. Irmãos e irmãs todos nós fomos a Siloé, ou seja, sobre todos nós foi enviado o Espírito Santo para nos iluminar. 
Fomos iluminados para sermos filhos e filhas da luz como nos foi dito no dia do nosso Batismo ao nos entregarem a vela acesa. Não fomos apenas iluminados espiritualmente, mas nos tornamos luz par os outros.

Pe. Raimundo José Ribeiro da Silva
Pascom
Paróquia São João XXIII

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