Estamos celebrando hoje o quarto domingo da Quaresma, o domingo da alegria (Laetare).
Como celebrar um dia de alegria quando estamos arrodeados de sofrimentos, medos, decepções,
morte, isolamento social? Justamente aqui está o sentido da alegria que vem de Deus, não é uma
euforia passageira, mas um encontrar-se com Jesus Cristo que é a luz que ilumina nossas cegueiras.
A liturgia de hoje é outra catequese batismal tirada do evangelho de São João capítulo nove.
A realidade da cegueira - os cegos eram impossibilitados de ler as escrituras, por isso eram
considerados amaldiçoados ou que pagavam pecados passados, e diz o texto do evangelho que o
cego era também mendigo. Cego, mendigo, pecador, afastado da religião, impuro. Este quadro nos
ajuda a entrar na cena do evangelho.
O fazer lama com saliva - o gesto que Jesus opera nos olhos do cego e faz este enxergar é
muito parecido com a narrativa da criação do livro do Gênesis que Deus criador é comparado com
um artesão que trabalha com barro. Cristo realiza a nova criação neste gesto de fazer lama com sua
saliva e tirar o homem cego das trevas da escuridão. Este gesto tem um profundo ensinamento:
Jesus Cristo, luz do mundo, nos tira da escuridão.
Devolver o cego para a comunidade- aquele que antes era esquecido pela religião dos judeus
agora é causa de contenta entre os lideres religiosos. Eles não estão interessados no cego, mas sim
em Jesus Cristo que desobedeceu a lei do sábado. O cego não sabe dizer detalhes de como foi o
milagre, mas uma coisa ele repete: fui lavar-me e agora vejo.
Conhecer o Filho do Homem - o primeiro benefício feito ao cego foi uma cura física, depois
Cristo o encontra de novo e lhe oferece a visão espiritual suscitando nele a fé no Filho do Homem.
“Quem é Senhor para que eu creia?” Como no texto da Samaritana (Jo 4) o ponto culminante foi a
revelação de Jesus, no texto do cego também (Jo 9) isto acontece. “Tu O estás vendo”!
Os que permanecem cegos - o cego de nascença se torna modelo de discípulo e os que
“enxergavam” continuaram cegos.
Irmãos e irmãs todos nós fomos a Siloé, ou seja, sobre todos nós foi enviado o Espírito
Santo para nos iluminar.
Fomos iluminados para sermos filhos e filhas da luz como nos foi dito no
dia do nosso Batismo ao nos entregarem a vela acesa. Não fomos apenas iluminados
espiritualmente, mas nos tornamos luz par os outros.
Pe. Raimundo José Ribeiro da Silva
Pascom
Paróquia São João XXIII
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