domingo, 29 de março de 2020

HOMILIA DO TERCEIRO DOMINGO DA QUARESMA

JESUS CRISTO FONTE DE ÁGUA VIVA 

O terceiro domingo da quaresma, especialmente o ano A da liturgia, é propício para se celebrar o primeiro escrutínio para os que se preparam para receber os sacramentos pascais, mas não só para estes, a comunidade como um todo se renova. Por isso, que a liturgia da Palavra desse domingo é uma verdadeira catequese sobre a necessidade de receber Jesus Cristo como Senhor por meio do Batismo. A samaritana significa toda a humanidade sedenta de Deus, perdida no pecado e resistente. 
Em seis passos vamos olhar o texto sagrado. Encontrar com Jesus - superação das divisões (Jo 4, 1- 6). Jesus Cristo voltando da Judeia para a Galileia decide entrar na Samaria por um caminho que geralmente os judeus evitavam devido as animosidades históricas e religiosas com os samaritanos. Jesus Cristo não se sujeita aos esquemas que dividem os homens, antes se aproxima, e isto Ele sempre fez desde o ministério de sua encarnação. Era meio dia. No evangelho de São João o binômio Luz/Trevas é bem presente, e aqui este meio dia significa mais que a hora cronológica, lembremo-nos que o Cristo padeceu de meio dia até as três da tarde. É a hora das trevas e é aí que Cristo procura a humanidade, representada na mulher samaritana. Dialogar com Jesus - desarmar-se (Jo 4, 7-15). 
Jesus Cristo é o iniciador do diálogo pedindo água a mulher. Se por um lado Cristo se arrisca em “puxar” a conversa a mulher, por sua vez, repete a prática de seus conterrâneos, de não se comunicar com judeus. O diálogo fecundo com Jesus e a promessa da agua viva, Ele mesmo, desarma a mulher e seu preconceitos. Um passo da fé - vejo que és um profeta (Jo 4, 16-19). A conversa permanece no nível exterior. Então Jesus faz sua segunda investida para convencer a mulher sobre a necessidade de receber a água viva. “Vai chamar teu marido”. Chega uma hora que a “ficha cai”, a palavra mexe na vida, vai onde a gente menos espera. 
Ao falar da vida que a mulher tinha, ou seja, quando a Palavra alcança a vida aí é diferente. A atitude da mulher é professar a fé em Jesus: “vejo que és um profeta”. O culto em Espírito e Verdade - Deus é Espírito (Jo 4, 20-24). A catequese agora se encaminha para a verdadeira imagem de Deus que os judeus tinham. Adorar Deus somente no templo de Jerusalém ou no Monte Garizim. Estas barreiras cultuais não existem mais para quem recebe Jesus Cristo. Onde quer que estejamos o nosso culto é Cristo. 
Segundo passo da fé - sei que virá o Messias (Jo 4, 25-28). No diálogo fecundo com Jesus a mulher deixa escapulir que ela já tinha escutado as escrituras, as promessas, e chega a dizer que “quando o Messias chegar vai nos ensinar isso tudo”. Aqui chega ao clímax do diálogo e Cristo de declara: “Sou eu que estou falando contigo”. Ele é a epifânia do amor do Pai, a expressão de seu ser. A mulher abandona o seu “balde”, não precisa mais daquela água porque agora encontrou a água viva. Terceiro passo da fé – Anunciar Jesus (Jo 4, 26-42). 

Quem conheceu Jesus Cristo não pode ficar no isolamento, somente para si uma experiência exitosa, mas anunciar e testemunha a graça para os outros. Muitos ouviram a mulher e foram se encontrar com Jesus.

Pe. Raimundo José Ribeiro da Silva
Pascom
Paróquia São João XXIII

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