Amados irmãos e irmãs estamos reunidos hoje celebrando o domingo que é o coração do ano litúrgico, o domingo de ressurreição, e dele decorre nossa páscoa semanal quando a cada domingo nossa comunidade se reúne para celebrar a eucaristia. Nossa ação de graças ao Pai eterno que ressuscitou seu amado Filho e restaurou a criação e a humanidade. Esta liturgia nos convida a sermos hoje as testemunhas da vida nova que a ressurreição de Jesus trouxe para todos nós. Quais os sinais do ressuscitado? O que é necessário para perceber sua presença discreta? Como é próprio do tempo pascal ouvimos as narrativas do livro dos Atos dos apóstolos e especialmente o testemunho da comunidade primitiva sobre a fé em Jesus Cristo ressuscitado. Deus o ressuscitou e o constituiu como salvação de todos. Na salmodia ouvimos e cantamos o salmo que canta a realidade da crença judaica sobre o dia do Senhor, dia glória e poder. Como os salmos apontam para a realeza do Cristo podemos aplicar o salmo ao dia da ressurreição, ou seja, hoje. “Este é o dia que o Senhor fez para nós”. O primeiro sinal do ressuscitado, ainda que um sinal imperfeito, é o túmulo vazio. A primeira testemunha que aparece na narração do evangelho de hoje (Jo 20, 1-9) é Maria Madalena. A visão do túmulo vazio não prova a ressurreição por isso que ela corre e vai dizer para os discípulos “tiraram o Senhor do túmulo”. O segundo sinal do ressuscitado são as faixas de panos enrolados no túmulo. As testemunhas que correm para o túmulo e encontram as faixas, Pedro e o outro discípulo, guardam nesta narrativa duas ideias bem articuladas no evangelho segundo São João. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro, chegou primeiro, mas não entrou. Parece estranho o fato de o discípulo correr e quando chega não entra. Pedro, atrasado, chega e entra verificando os panos. Fixemos nossa atenção no movimento que o texto sugere. Quem ama (outro discípulo) se adianta no amor, corre para encontrar o amado, busca. A testemunha da ressurreição é a Igreja (Pedro) que chega e olha, entra e verifica, testifica aquele fato. As testemunhas que o evangelho descreve (Madalena, Pedro, outro discípulo) acreditaram nos sinais que viram mesmo sem ainda compreender a realidade da ressurreição como diz no mesmo evangelho “eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos”. As testemunhas, hoje, somos nós. Como temos manifestado ao mundo nossa fé de que Cristo está vivo no meio de nós? Somos desafiados a testemunhar a toda hora a vida nova que recebemos em nosso batismo, primeira ressurreição do cristão. Ao tempo que este testemunho exige de nós doação de vida e amor ao próximo, também é motivo de nossa alegria podemos ser discípulos de Jesus e sermos sinais de esperança. Que o Senhor ressuscitado nos conceda uma fé firme e uma esperança inabalável.
Padre Raimundo José Ribeiro da Silva
Pároco da Paróquia São João XXIII
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