segunda-feira, 11 de maio de 2020

HOMILIA DO 1° DOMINGO DA PÁSCOA

Testemunhas da ressurreição do Senhor  –  dia 12 de  abril  (Domingo de  Páscoa)

Amados  irmãos  e  irmãs  estamos  reunidos  hoje  celebrando  o  domingo  que  é  o coração  do  ano  litúrgico,  o  domingo  de  ressurreição,  e  dele  decorre  nossa  páscoa semanal  quando  a  cada  domingo  nossa  comunidade  se  reúne  para  celebrar  a  eucaristia. Nossa  ação  de  graças  ao  Pai  eterno  que  ressuscitou  seu  amado  Filho  e  restaurou  a criação  e  a  humanidade.  Esta  liturgia  nos  convida  a  sermos  hoje  as  testemunhas  da  vida nova  que  a  ressurreição de  Jesus trouxe  para  todos  nós. Quais  os  sinais  do  ressuscitado?  O  que  é  necessário  para  perceber  sua  presença discreta?  Como  é  próprio  do  tempo  pascal  ouvimos  as  narrativas  do  livro  dos  Atos  dos apóstolos  e  especialmente  o  testemunho  da  comunidade  primitiva  sobre  a  fé  em  Jesus Cristo  ressuscitado.  Deus  o  ressuscitou  e  o  constituiu  como  salvação  de  todos.  Na salmodia  ouvimos  e  cantamos  o  salmo  que  canta  a  realidade  da  crença  judaica  sobre  o dia  do  Senhor,  dia  glória  e  poder.  Como  os  salmos  apontam  para  a  realeza  do  Cristo podemos  aplicar  o  salmo  ao  dia  da  ressurreição,  ou  seja,  hoje.  “Este  é  o  dia  que  o Senhor  fez  para  nós”.   O  primeiro  sinal  do  ressuscitado,  ainda  que  um  sinal  imperfeito,  é  o  túmulo vazio. A primeira  testemunha  que  aparece  na  narração  do evangelho de  hoje  (Jo 20, 1-9) é  Maria  Madalena.  A  visão  do  túmulo  vazio  não  prova  a  ressurreição  por  isso  que  ela corre  e  vai  dizer  para  os  discípulos  “tiraram  o  Senhor  do  túmulo”.  O  segundo  sinal  do ressuscitado  são  as  faixas  de  panos  enrolados  no  túmulo.  As  testemunhas  que  correm para  o  túmulo  e  encontram  as  faixas,  Pedro  e  o  outro  discípulo,  guardam  nesta  narrativa duas ideias bem articuladas no evangelho segundo  São João.   Os  dois  corriam  juntos,  mas  o  outro  discípulo  correu  mais  depressa  que  Pedro, chegou  primeiro,  mas  não  entrou.  Parece  estranho  o  fato  de  o  discípulo  correr  e  quando chega  não  entra.  Pedro,  atrasado,  chega  e  entra  verificando  os  panos.  Fixemos  nossa atenção  no  movimento  que  o  texto  sugere.    Quem  ama  (outro  discípulo)  se  adianta  no amor,  corre  para  encontrar  o  amado,  busca.  A  testemunha  da  ressurreição  é  a  Igreja (Pedro)  que  chega  e  olha,  entra  e  verifica, testifica  aquele fato.   As  testemunhas  que  o  evangelho  descreve  (Madalena,  Pedro,  outro  discípulo) acreditaram  nos  sinais  que  viram  mesmo  sem  ainda  compreender  a  realidade  da ressurreição  como  diz  no  mesmo  evangelho  “eles  ainda  não  tinham  compreendido  a Escritura,  segundo  a  qual  ele  devia  ressuscitar  dos  mortos”.  As  testemunhas,  hoje, somos  nós.  Como  temos  manifestado  ao  mundo  nossa  fé  de  que  Cristo  está  vivo  no meio  de  nós?  Somos  desafiados  a  testemunhar  a  toda  hora  a  vida  nova  que  recebemos em  nosso  batismo,  primeira  ressurreição  do  cristão.  Ao  tempo  que  este  testemunho exige  de  nós  doação  de  vida  e  amor  ao  próximo,  também  é  motivo  de  nossa  alegria podemos  ser  discípulos  de  Jesus  e  sermos  sinais  de  esperança.  Que  o  Senhor ressuscitado nos conceda  uma fé  firme  e  uma esperança  inabalável.

Padre Raimundo José Ribeiro da Silva
Pároco da Paróquia São João XXIII

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