PERMANECER UNIDO A JESUS (DOC. 105. N. 84-85)
A liturgia do 5º Domingo da Páscoa
convida-nos a refletir sobre a nossa união a Cristo; e diz-nos que só unidos a
Cristo temos acesso à vida verdadeira.
A primeira leitura diz-nos que o cristão é
membro de um corpo – o Corpo de Cristo. Ninguém vive a fé isolado, é sempre na
Igreja, comunidade de salvação que nos sentimos acolhidos e permanecemos unidos
a Jesus quando somos irmãos e irmãs uns dos outros, e entre nós tem espaça para
a fraternidade, a convivência harmoniosa, a alegria.
A segunda leitura define o ser cristão como
“acreditar em Jesus” e “amar-nos uns aos outros como Ele nos amou”. São esses
os “frutos” que Deus espera de todos aqueles que estão unidos a Cristo, a
“verdadeira videira”. Se praticarmos as obras do amor, temos a certeza de que
estamos unidos a Cristo e que a vida de Cristo circula em nós.
O Evangelho apresenta Jesus como “a
verdadeira videira” que dá os frutos bons que Deus espera. Esta imagem da
videira é muito conhecida pela religião dos judeus, pois, os profetas antigos
comparavam Israel com um videira. Por isso o termo videira verdadeira. Convida
os discípulos a permanecerem unidos a Cristo, pois é d’Ele que eles recebem a
vida plena. Mais na frente Jesus Cristo se define como videira e seus
discípulos são os ramos. Nessa segunda afirmação não mais faz referência ao
antigo Israel, mas ele mesmo se diz tronco da vida, videira. Entre o tronco e
os seus ramos existem uma interdependência, algo muito íntimo. Eu sou a videira
e vocês são os sarmentos, ou seja, os enxertos, que não faziam parte e agora
fazem. “Vós fostes enxertados em Cristo”, diz Paulo.
De que modo permanecemos unidos a Jesus? Pela
graça do batismo que nos enxertou Nele e também vivendo a vida nova do Cristão
pelos mandamentos. O texto do evangelho identifica dois tipos de discípulos. O
primeiro é que aquele que não permanece unido a Jesus e não produz fruto, e a
este o Pai (agricultor) corta, joga fora. O segundo é aquele que permanece
unido a Jesus, e a este o Pai poda para dá muitos mais frutos. Tantos para um
como para o outro vale a frase de Jesus: “sem mim não podem fazer nada”.
Para permanecermos unidos a Jesus é preciso
uma mudança de mentalidade e de estrutura (Doc. 105. n. 84-90). Como não se
vive a fé isolado, mas numa comunidade, Igreja, é necessário entender que a
Igreja não é um ilha de perfeitos, mas uma comunidade missionária e seguidora
de Jesus.
O inserção do cristão nas realidades do mundo
globalizado exige de todos uma mudança de mentalidade em nosso modo de conceber
a própria Igreja: comunidade de discípulos de Jesus, escola de vivência cristã,
organização comunitária feita de muitos sujeitos, comunidade inserida no mundo,
povo de Deus que busca os sinais do reino no mundo, comunidade que se abre
permanentemente para as urgências do mundo, comunidade que mostra a
fraternidade de ajuda e serviço mútuo, Igreja em saída, de portas abertas.
Padre
Raimundo José
Pároco
de São João XXIII
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