sábado, 19 de maio de 2018

HOMILIA DA SOLENIDADE DE PENTECOSTES


A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

Nos Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo é claramente o verdadeiro protagonista da pregação e da atuação dos apóstolos. A exegese bíblica do Evangelho de Lucas mostra bem o deslocamento do protagonista, isto é: o papel fundante vai de Jesus ao Espírito Santo. No fim do seu evangelho, Lucas evidencia as instruções dadas por Jesus aos apóstolos de não se afastarem de Jerusalém. É uma recomendação firme de Jesus que eles aguardem o cumprimento da promessa do Pai para serem batizados com o Espírito Santo de Deus. Isto é o ponto de partida.
No acontecimento de Pentecostes, Pedro já coloca o Espírito santo no centro da sua pregação e interpreta as palavras do profeta Joel, ligando-as ao envio do Espírito Santo. Pedro destaca a universalidade da nova assembleia. Os diferentes grupos humanos são unificados pelo Espírito Santo e falarão depois somente a língua do amor, e não mais diversas línguas anteriores. Viverão no reino de Deus e não mais em impérios religioso-políticos sem resultados.
Em seguida, o Espírito Santo age na atuação missionária de Filipe e depois do batismo do eunuco o arrebata do lugar (At 8, 29 – 39). Conforme a promessa de Joel: “Depois disto derramarei o meu espírito sobre toda carne. Vossos filhos e vossas filhas vão profetizar, vossos anciãos terão sonhos e vossos jovens terão visões. Mesmo sobre os escravos e sobre as escravas, naquele dia, derramarei o meu Espírito”.
Paulo e Barnabé foram escolhidos pelo Espírito Santo para a missão (“... disse-lhes o Espírito Santo: separai-me Barnabé e Saulo para a obra, à qual os destinei” – At 13, 2). E mais adiante: “Enviados pelo Espírito Santo, desceram até Selêucia de onde navegaram para Chipre” (At 13, 4).
No Concílio dos apóstolos em Jerusalém, o Espírito Santo foi reconhecido como protagonista das decisões: “De fato, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor nenhum outro peso além destas coisas necessárias” (At 15, 28). O Espírito Santo age então, conforme a interpretação de Lucas, intimamente ligado às ações de Jesus. Ele guia a história, então os fatos que acontecem não são mais do que acontecimentos sociais e políticos em sequência, pois são penetrados pela força do Espírito santo e são conduzidos por seu santo modo de operar.
Segundo São Basílio de Cesaréia: A natureza do Espírito se sabe mais pelo sua atividade (Dínamis).
ü  Divindade do Espírito (natureza mais alta)
ü  Verdade atrás de muitos anúncios.
ü  Sem corporeidade e forma.
ü  Estável na substância, sem alterações.
ü  Substância que carrega dons e poderes.
ü  Pode completar outros (pessoa).
ü  Fonte de santificação.
ü  Completo em tudo.
ü  Recriador – criador.
ü  Partilhado sem desgaste.
ü  Faz ver o futuro.
ü  Doador de dons.

Padre Raimundo José
Pároco de São João XXIII

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