NA
MONTANHA COM JESUS PARA OUVIR A VOZ DO PAI
Irmãos e irmãs, no domingo passado ouvimos a
Palavra de Deus que nos convidava a vencermos o deserto (tentações) e
acolhermos o Reino manifestado na pessoa de Jesus, nos convertendo e crendo no
evangelho. Hoje, segundo domingo da quaresma, o sinal litúrgico que nos acompanha
é a montanha. A Palavra de Deus que nos reuniu chama-nos a uma experiência de
transformar-nos, transfigurarmo-nos, ou seja, mudarmos de figura. Iluminados
pela luz da glória de Deus, revelada em Jesus Cristo, que antecipa para os
discípulos a alegria da vida futura somos convidados também, hoje, a adentrar
na intimidade divina.
Na primeira leitura Deus concede sua benção a
Abraão graças a sua fidelidade à vontade divina, oferecendo o único filho,
Isaac. A benção e a plenitude da vida divina também chegou para nós, quando
Deus pai enviou seu Filho ao mundo. É ele o novo Isaac que carrega aos ombros a
madeira de seu sacrifício (cruz) e o Pai se agrada desse seu gesto grandioso.
“Deus não poupou seu próprio Filho” (Rm 8, 32).
O episódio da transfiguração de Jesus estar
colocado depois do primeiro anúncio de sua paixão e morte. Este fato
escandalizou os discípulos. “Como seguir um derrotado? Por que ele diz que vai
morrer? Deixamos tudo para nada?” Diante desse cenário, Jesus Cristo mostra sua
glória aos discípulos, antecipando a alegria de sua ressurreição. Alguns sinais
da Palavra proclamada nos ajudam a entender e interiorizar esta mensagem.
A nuvem – Significa o lugar e a manifestação de
Deus, como aconteceu nas grandes teofanias. Moisés que subiu a montanha e se
encontrou com Deus e seu rosto ficou transfigurante. Por várias vezes Jesus
sobe ao monte para rezar; “Ele não só destruiu a morte, como também fez brilhar
a vida e a mortalidade” (II Tm 1, 10).
O rosto e as vestes – Os aspectos externos da transfiguração.
O rosto mudou de aparência e suas vestes brancas como a neve. A luminosidade e
branco significam a divindade;
Moisés e Elias - Cristo no meio dessas duas grandes
personagens da tradição bíblica, sintetiza em si mesmo a lei (Moisés) e os
profetas (Elias). Jesus Cristo é a plenitude da revelação.
A nuvem luminosa – a nuvem é sinal da presença de
Deus, do mesmo modo que quando a nuvem cobriu a tenda do santuário e manifestou
a sua glória, e também acompanhou o povo pelo deserto.
A voz do Pai – Deus Pai que só se vê no seu Filho,
confirma sua missão e manifesta seu amor e complacência. Mistério eterno de
Deus revelado em plenitude a nós, e por meio de Jesus Cristo sabemos que Deus é
Pai.
Toda essa luminosidade da glória de Deus que Jesus
antecipa para seus discípulos foi para consolar seus corações atribulados pelo
anúncio da paixão. Este domingo em nossa caminhada (deserto) para a páscoa é um
refrigério para nossos corações. Deus alivia nossa caminhada antecipando a
visão da glória futura.
Padre Raimundo José
Paróquia São João XXIII
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