sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

HOMILIA DO 2º DOMINGO DA QUARESMA - ANO B

NA MONTANHA COM JESUS PARA OUVIR A VOZ DO PAI

Irmãos e irmãs, no domingo passado ouvimos a Palavra de Deus que nos convidava a vencermos o deserto (tentações) e acolhermos o Reino manifestado na pessoa de Jesus, nos convertendo e crendo no evangelho. Hoje, segundo domingo da quaresma, o sinal litúrgico que nos acompanha é a montanha. A Palavra de Deus que nos reuniu chama-nos a uma experiência de transformar-nos, transfigurarmo-nos, ou seja, mudarmos de figura. Iluminados pela luz da glória de Deus, revelada em Jesus Cristo, que antecipa para os discípulos a alegria da vida futura somos convidados também, hoje, a adentrar na intimidade divina.
Na primeira leitura Deus concede sua benção a Abraão graças a sua fidelidade à vontade divina, oferecendo o único filho, Isaac. A benção e a plenitude da vida divina também chegou para nós, quando Deus pai enviou seu Filho ao mundo. É ele o novo Isaac que carrega aos ombros a madeira de seu sacrifício (cruz) e o Pai se agrada desse seu gesto grandioso. “Deus não poupou seu próprio Filho” (Rm 8, 32).
O episódio da transfiguração de Jesus estar colocado depois do primeiro anúncio de sua paixão e morte. Este fato escandalizou os discípulos. “Como seguir um derrotado? Por que ele diz que vai morrer? Deixamos tudo para nada?” Diante desse cenário, Jesus Cristo mostra sua glória aos discípulos, antecipando a alegria de sua ressurreição. Alguns sinais da Palavra proclamada nos ajudam a entender e interiorizar esta mensagem.
A nuvem – Significa o lugar e a manifestação de Deus, como aconteceu nas grandes teofanias. Moisés que subiu a montanha e se encontrou com Deus e seu rosto ficou transfigurante. Por várias vezes Jesus sobe ao monte para rezar; “Ele não só destruiu a morte, como também fez brilhar a vida e a mortalidade” (II Tm 1, 10).
O rosto e as vestes – Os aspectos externos da transfiguração. O rosto mudou de aparência e suas vestes brancas como a neve. A luminosidade e branco significam a divindade;
Moisés e Elias - Cristo no meio dessas duas grandes personagens da tradição bíblica, sintetiza em si mesmo a lei (Moisés) e os profetas (Elias). Jesus Cristo é a plenitude da revelação.
A nuvem luminosa – a nuvem é sinal da presença de Deus, do mesmo modo que quando a nuvem cobriu a tenda do santuário e manifestou a sua glória, e também acompanhou o povo pelo deserto.
A voz do Pai – Deus Pai que só se vê no seu Filho, confirma sua missão e manifesta seu amor e complacência. Mistério eterno de Deus revelado em plenitude a nós, e por meio de Jesus Cristo sabemos que Deus é Pai.
Toda essa luminosidade da glória de Deus que Jesus antecipa para seus discípulos foi para consolar seus corações atribulados pelo anúncio da paixão. Este domingo em nossa caminhada (deserto) para a páscoa é um refrigério para nossos corações. Deus alivia nossa caminhada antecipando a visão da glória futura.

Padre Raimundo José

Paróquia São João XXIII

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