3º. DIA - MULHER
ADÚLTERA
O
Evangelho é a história de Deus que se fez homem e entrou na nossa história. E
nesta história todos estamos presentes, porque Jesus Cristo, sendo verdadeiro
Deus e verdadeiro Homem, introduziu-nos em sua história e em sua vida. E assim,
como participantes, temos que ler o Evangelho.
Façamos
isto hoje. Tentemos nos situar dentro da história que acabamos de ouvir.
Parece que
podemo-nos identificar em três momentos desta história.
Estamos
presentes na primeira etapa: Uma mulher cercada por acusadores, satisfeitos de
terem-na apanhado em flagrante do pecado e de puderem acusá-la.
Identifiquemo-nos ente com os acusadores.
Pois justamente assim nós agimos.
Quantas
vezes por dia abrimos a boca para falar mal dos outros, para chamar alguém de
ladrão, de mentiroso, de hipócrita? Quantas
vezes levantamos o falso testemunho? O pecado mais frequente é que nós nos
instituímos juiz de nosso irmão e no entanto está dito no Evangelho: “Não
julgueis para não ser julgados. Com o juízo que julgais, com aquele, mesmo sereis
julgados”.
E
Cristo, o único que tem direito de julgar e que, um dia, virá julgar os vivos e
os mortos, este Cristo permanece calado! Cristo permanece calado e começa a
escrever algo com o dedo sobre a areia do chão.
O que ele estar
escrevendo na areia?
Ele
escreve sobre a areia os meus pecados, Ele me penetra, me sonda e conhece os
meus pecados.
“Quem
de vós está sem pecado que atire a primeira pedra”.
Quem
de nós está sem pecado?
Quem
de nós terá coragem para condenar os outros? Porém, há alguém que conhece os
teus pecados, enquanto tu pensas que ninguém nada sabe, que isso é o teu
segredo.
A
mulher ficou sozinha. Sintamos agora a sua situação. Ela representa cada um de
nós. Como nós nos sentimos quando ficam evidentes os nossos pecados?
Talvez,
vivemos já alguns momentos de vergonha.
E
jamais gostaríamos de vivê-los novamente. Porém, pensa agora, fecha os olhos e
lembra-te aquilo que te envergonha mais, daquilo que ninguém sabe. ELE SABE.
A
nossa frente uma mulher assustada. No entanto, aquele que devia julgá-la, antes
julgou seus acusadores e faz com que todos se afastassem.
Mulher,
onde estão os que te acusaram?
Ninguém
te condenou?
Com
grande surpresa constatou a mulher: Senhor, ninguém me condenou.
Mas
ainda tremendo espera as palavras que há de ouvir. As palavras que soam são
como uma música doce.
Eu
também não te condeno. Vá e não peques mais!
Porque
Deus não enviou seu Filho para condena o mundo, mas que seja salvo por ele.
O Filho do
Homem veio buscar e salvar o que foi perdido.
Jesus
Cristo diz a cada um de nós assim: Eu
não te condeno, pois eu não vim para julgar, mas para salvar-te, para
libertar-te daquele peso, para apagar esse terrível mistério.
Não vim para
chamar os justos, mais os pecadores.
Ele
sentou a mesa com os fariseus, com os publicanos e entrou na casa de Zaqueu.
Hoje
entrou a salvação nesta casa, porque o Filho de Homem veio buscar e salvar o
que estava perdido.
É
assim o nosso Deus, Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. Por isso nos
contou esta linda parábola sobre o pai misericordioso que espera a volta do filho pródigo, não para lhe
fazer queixas, mas correr ao seu encontro, e abraçá-lo.O Pai se
alegra, porque Cristo - bom Pastor é
capaz deixar as noventa e nove ovelhas, para buscar aquela única que se perdeu.
E toma esta ovelha nos braços não para castigá-la e resmungar por lhe dá tanto
trabalho. Pelo contrário, alegra-se porque ela voltou. Cristo revela para nós
Deus justamente assim.
Padre Raimundo José Ribeiro da Silva
Pároco de São João XXIII
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