1º. DIA - JESUS E
NICODEMOS
Nicodemos,
um homem de cargo importante e de muita influência. No entanto um homem
inquieto em seu coração. Ele já tinha ouvido falar de Jesus de Nazaré, sobre os
seus milagres e sobre os seus ensinamentos. Até decidiu ir ter com ele de
noite, às escondidas.
Cada
um de nós carrega em si a pergunta de Nicodemos: para que eu vivo neste mundo,
o que me dá o meu cristianismo? Dará sentido à minha vida? Posso me apoiar
sobre isso em todas as situações da vida? Sou capaz de vencer tudo pela força
da minha fé?
Cada um de nós
carrega dentro de si os problemas e as perguntas de Nicodemos. Será que nós
também vamos com isso a Jesus Cristo?
Nicodemos
começa a sua conversa pelas gentilezas. Mas isto não era necessário, pois
Cristo lê seus pensamentos, penetra o seu coração. E sem ser perguntado, Cristo
lhe dá em resposta: “Em verdade em verdade te digo, quem não renascer da água e do espírito
não poderá entrar no Reino de Deus”.
Não
basta que te chamem de bom católico, que frequentes a Igreja, que leve uma vida
digna. Tudo isso não basta para entrar no Reino de Deus. Apesar disso tudo,
isso não te satisfaz. Tu desejas encontrar um Deus vivo, inserido profundamente
em tua vida. Gostarias de conversar com Ele de amigo para amigo. Tu queres entrar
no Reino de Deus, encontrar o amor sincero, sem hipocrisia. Queres encontrar a
realidade sobre a qual podes apoiar tudo. Tu tens desejo, anseias pelo Reino de
Deus.
E
eis que vem a resposta: “Se não nascer de novo, não entrarás no
Reino de Deus”. É preciso nascer da água e do Espírito Santo. Nicodemos
não conseguiu compreender isso. “És doutor em Israel e ignoras estas
coisas”? – replicou-lhe Jesus.
Tu
és cristão, conheces à doutrina, tens ouvido centenas de sermões na Igreja e
não sabes isso? Como pode um homem renascer?
Mas
Cristo repete: “Quem não renascer, não poderá entrar no Reino de Deus”. Como
se pode fazer isto? “A carne é carne, o Espírito é Espírito. Não
é da carne que surgira esta realidade denominada por Cristo”.
O
que provem da carne? A fraqueza, a doença, a morte, a inclinação para o mal. O
que nasceu da carne, é carne. Se na tua vida permaneces nos limites das
possibilidades materiais, jamais sairás de tua crise. Não há em ti nenhuma
força que te levaria ao encontro com Deus vivo.
De que modo
podemos nascer do Espírito?
O
próprio Jesus Cristo dá-nos a resposta: “Assim Deus amou o mundo que deu o Seu Filho
Primogênito”. Deus é amor. Ele nos ama, ele ama cada um de nós. Cada um
tem o seu lugar no coração de Deus. Cada um é abraçado pelo seu amor.
Deus
tem seu eterno plano pelo qual Ele envolve a cada um de nós. Deus preparou para
cada um de nós um dom, um presente singular: a vida eterna. E Deus quer
oferecer esse dom a cada um e nós gratuitamente.
Há,
no entanto, um obstáculo que não nos permite recebê-lo. Esta barreira está em
nós. Ela se chama pecado. Queremos ser auto-suficientes. Por isso, achamos que
não temos necessidade de Deus. Queremos viver para nós mesmos e nos fechar sem
si. Queremos lutar por nós, exaltar-nos, reduzir tudo a nós mesmos.
O
nosso pecado, contudo, não foi capaz de mudar o amor de Deus. Deus continua nos
amando. Deus nos amou de tal modo que entregou seu Filho. Era necessário que o
Filho do Homem fosse elevado, como a serpente foi erguida por Moises no deserto.
Deus amou tanto o mundo que entregou seu Filho.
Deus amou o mundo
de tal modo, que lhe deu seu Filho Unigênito, para que todo o que crê nEle
tenha a vida eterna.
Os
nossos pecados não têm poder de impedir o amor de Deus. Quanto maior pecado
era, tanto maior amor se revelou. Fomos nós quem o pregou na cruz, foram os
nossos pecados. E Ele agonizava na cruz orando:
“Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
Quem pode pensar
que seus pecados são maiores do que este amor? Ninguém pode duvidar nem mesmo o
maior pecador.
E
eis a cruz fixada em nossa frente. Passam os séculos, rola a história, tudo
muda e tudo passa. Tudo acaba em desengano. Somente uma única coisa perdura: a
palavra de amor proclamada no alto da cruz, e ela perdurará até o fim. Nada
pode derrubar a cruz. E ninguém arrancará esta palavra da historia da
humanidade.
Qual é a noticia
que supera os nossos anseios, que liberta e traz a alegria?
A notícia que
Deus é Amor. Ele deu seu Filho, para que todo o que crê n’Ele, não pereça, mas
tenha a vida eterna.
Portanto,
deixemo-nos de nos defender. Deixemos de resolver sozinhos nossos próprios
problemas. Não encontraremos a solução para a nossa vida na riqueza, neste ou
naquele regime político, nem no progresso da medicina e ciência, tão pouco em
prazeres e luxúria. Ninguém nos libertará de nós mesmos, do nosso pecado, mas somente Ele e só Ele. Ele está à espera
de cada um de nós, está à porta e bate.
Também
esta evangelização é mais uma batida na porta do nosso coração. Este é o tempo favorável para que possas
receber a Jesus no teu coração. Somos chamados para receber a Cristo como nosso
pessoal Salvador. Somos chamados a ter fé no Deus vivo, em Jesus Cristo, que
veio para nos salvar, libertar do pecado e para nos dar a vida. Tudo isso foi
nos prometido e está em nossa frente, é nos dado.
É preciso acreditar em Cristo. Dar-lhe a nossa
vida. E justamente isto significa: nascer
de novo. Eu renasço quando tenho
experimentado que Cristo é o meu Salvador e aceito a sua Palavra.
Isto
não se pode se realizar pela nossa própria força. Deus nos manda o seu
Espírito. “O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo
que nos foi dado”. E sob a ação deste Espírito podemos dizer: creio,
Jesus é o Senhor, o Salvador.
Clamemos,
então: Vinde ó Espírito Santo abre meus
olhos e os meus ouvidos, permiti-me receber a Cristo, permite-me nascer de
novo.
Padre Raimundo José Ribeiro da Silva
Pároco de São João XXIII
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